Juliana Casagrande passou por maus bocados até descobrir sua verdadeira vocação. Em razão de problemas de saúde relacionados à alimentação, ela conviveu, desde o início da fase adulta, com muitas privações para conseguir manter uma qualidade de vida razoável. Na busca incessante por um tratamento que aliviasse os seus sintomas, descobriu a hipnoterapia. A jovem era intolerante ao glúten, lactose e açúcar. Após a sessão de terapia associada a hipnose ela tornou-se saudável novamente. Depois de compreender o que havia acontecido de fato, ela descobriu sua verdadeira missão, ajudar outras pessoas em condições semelhantes a sua. Atualmente Juliana trabalha como hipnoterapeuta especializada em tratamento de intolerâncias alimentares.

Quando tinha 18 anos, Juliana começou a sentir dores de cabeça, que logo viraram fortes crises de enxaqueca, responsáveis, muitas vezes, por deixar a jovem na cama. Juliana percebeu que a causa do sofrimento residia na alimentação. “Eu me dei conta de que toda vez que eu tomava leite ou ingeria iogurte eu ficava desse jeito, então eu tirei esses dois alimentos da minha dieta e não tive mais as crises de enxaqueca.”, relata. Contudo, as dores de cabeça menos intensas continuaram. Com elas a jovem sentia um desconforto gastrointestinal, que se refletia em gases, distensão abdominal e diarreia.

Anos se passaram até uma nutricionista solicitar a Juliana que fizesse uma série de exames. Foi constatado que ela sofria de intolerância à lactose. Mesmo medicada, Juliana continuava sofrendo com dores de cabeça e problemas intestinais. “Eu comecei a evitar, então, todos os alimentos que continham leite ou derivados.”, diz. Houve melhora, mas incômodos como a distensão abdominal e a sensação de estar inchada permaneceram.

Para piorar, aos 30 anos, após sair de uma sessão de shiatsu, Juliana sentiu um pequeno desconforto no quadril, que se intensificou com o passar dos dias. Um exame de ressonância magnética detectou uma fissura na região e uma densitometria óssea detectou um quadro de osteoporose. Muito preocupada afinal trata-se de uma doença mais comum em pessoas mais idosas, Juliana foi a médicos e diversos profissionais de saúde buscando encontrar a causa do problema naquela idade. Durante muito tempo a peregrinação não obteve resultados, até que uma nutricionista solicitou exames que diagnosticaram que Juliana também era intolerante ao glúten. Por conta disso, ela não conseguia reter os nutrientes necessários, ocasionando a osteoporose na coluna.

Juliana passou mais uma vez por uma mudança em sua dieta já bem restrita. “No começo foi bem difícil encontrar alimentos sem glúten. Há cinco anos não havia tanta variedade de produtos desse tipo em mercados e restaurantes.”, conta. Com o intuito de auxiliar no seu tratamento, Juliana decidiu cortar também, dessa vez por conta própria, o açúcar de seu regime alimentar. Finalmente o alívio veio, mas não durou muito.

Uma fase muito estressante fez, novamente, Juliana apresentar problemas gastrointestinais. “Eu ficava inchada todos os dias. Qualquer coisa que eu comia me fazia mal.”, relata. Juliana não sabia mais o que fazer. Tomava todos os cuidados possíveis, preparando ela mesma sua refeição para que não corresse o risco de ingerir algum alimento nocivo à sua saúde. Mesmo assim, ainda sentia desconforto.

Procurando novas alternativas, resolveu buscar um tratamento não convencional para mitigar suas dores. Encontrou a hipnoterapia. Ela se recorda que, na primeira sessão, recebeu recomendação de que vestisse uma roupa confortável, pois, normalmente, o encontro demora três horas. Mas ela não conseguia achar uma calça jeans que coubesse. “Não porque eu havia engordado, mas porque estava constantemente inchada, aparentando estar grávida de cerca de quatro meses.”, explica.

No dia seguinte após a sessão de hipnoterapia, Juliana já se sentiu melhor. Olhou para seu abdômen e viu que não havia mais distensão. “Eu nem lembrava mais como era minha barriga desinchada.”, afirma. Seu intestino começou a funcionar direito também. E, aos poucos, foi experimentando os alimentos que até então estava proibida de comer. Glúten, lactose, açúcar, tudo isso voltou a fazer parte da dieta de Juliana, que não mais sofre dessas intolerâncias alimentares.

Dessa maneira, Juliana deu um grande salto na sua qualidade de vida. Ela pôde voltar aos eventos familiares e de amigos, sem preocupações, e a fazer o que mais gosta: viajar. “Sofrendo de intolerâncias alimentares, toda vez que eu decidia realizar uma viagem, era preciso pensar em muitas coisas, como, por exemplo, se o hotel onde ficaria hospedada contava com alimentação especial. Por isso, muitas vezes desistia do passeio.”, recorda.

Bastante impactada, buscando compreender como a hipnoterapia conseguira terminar com mais de uma década de frustrações ocasionadas pela alimentação, Juliana resolveu estudar hipnoterapia. Matriculou-se na OMNI Brasil, o primeiro instituto de hipnoterapia a obter a certificação de qualidade ISO 9001. “Sai de lá não só entendendo o que realmente havia acontecido, mas formada hipnoterapeuta apta a ajudar pessoas a assumirem o controle da própria vida.”, destaca.

O tratamento hipnoterapêutico tem como base que até as doenças físicas apresentam uma causa emocional. Um trauma psicológico ocorrido no passado, às vezes longínquo, pode ser o responsável por desorganizar a mente e adoecer o corpo. Ao entrar em contato com a raiz do problema, através do transe hipnótico, o paciente fica apto a eliminar sua consequência. Ele adquire uma nova percepção a respeito do fator desencadeante e passa a ter uma abordagem diferente sobre este evento. Juliana experimentou isso durante aquela sessão. Ela tomou consciência de um fato que ocorreu quando era muito pequena, o ressignificou e conseguiu superar o trauma e as limitações alimentares e físicas desencadeadas por ele.

Como sua experiência transformadora está atrelada aos problemas que possuía voltados à alimentação, Juliana resolveu dedicar-se a esse tema, tornando-se especialista em intolerâncias alimentares, sejam elas relacionadas à lactose, ao glúten, ao açúcar, ao ovo, a frutose, a corantes, a frutos do mar, a oleaginosas ou qualquer disfunção alimentar apresentada.