•  terça-feira, 30 de abril de 2024

Justiça bloqueia bens de casal suspeito de manter mulher em cárcere por 23 anos em Vinhedo

A Justiça do Trabalho determinou bloqueio de bens do casal suspeito de manter uma mulher em cárcere privado por 23 anos em Vinhedo (SP), segundo o Ministério Público do Trabalho da 15ª Região (MPT-15), com sede em Campinas (SP). O órgão é autor da ação que visa garantir pagamento de verbas trabalhistas e indenização por danos morais à mulher que trabalhava como empregada.

O caso veio à tona em junho, quando a idosa de 63 anos foi resgatada e os suspeitos foram presos pela Polícia Civil. Segundo o MPT, o processo tramita sob sigilo, mas ficou estabelecido bloqueio de bens de Écio Pilli Júnior e Marina Okido, no limite de R$ 757,8 mil. Ambos podem recorrer.

“A funcionária trabalhava na residência do casal desde 1979 e teve seus direitos trabalhistas respeitados até 1997, ano em que deixou de receber qualquer contrapartida remuneratória dos empregadores pela prestação de serviços domésticos”, destaca texto do MPT

Segundo a assessoria do órgão trabalhista, os valores bloqueados ficarão depositados à disposição da Justiça do Trabalho, até que seja verificado o montante exato devido pelo casal para a ex-empregada ao longo do processo. “Diante da possibilidade de não existirem bens suficientes para quitação dos valores devidos, futuramente, por conta do ressarcimento de outras vítimas desses delitos, a juíza assegurou o bloqueio dos bens para satisfazer os créditos trabalhistas”, completa texto do MPT.

Ecio e Marina se recusaram a falar sobre o caso na delegacia e, de acordo com a polícia, disseram que irão se manifestar em juízo. O advogado Anderson Lincoln de Souza, que representa Ecio, informou que o casal cumpre prisão preventiva em Tremembé (SP). Ele não comentou sobre a decisão até esta publicação e a reportagem não localizou a defesa de Marina.

Investigações

A delegada à frente das investigações do caso, Denise Florêncio Margarido, relatou que o casal usava de violência psicológica para manter Iva da Silva Souza “trancada” no imóvel, sem receber salário e responsável por cuidar de uma senhora de 88 anos.

Segundo a Polícia Civil, os suspeitos diziam que ela não teria para onde ir e o que comer, entre outras coisas, e usava uma conta aberta no nome dela para aplicar golpes em comércios na Vila João XXIII.

A família da Iva chegou a registrar boletim de ocorrência de desaparecimento dela em 1996. A mãe dela e parte dos irmãos ainda vivem no Paraná. A EPTV, afiliada da TV Globo, chegou a acompanhar a visita da irmã Odete da Silva Souza. Ela mora em Araraquara (SP) e não se encontravam há 47 anos.

Após o caso vir à tona, a idosa foi levada para um abrigo municipal, em Vinhedo (SP), e passaria por uma avaliação psicológica antes de eventual mudança de endereço. A reportagem não conseguiu contato com parentes até a publicação desta reportagem e aguarda contato da assessoria da prefeitura.
G1
Ler Anterior

Homem fica preso às ferragens depois de bater carro em poste em avenida de Jundiaí

Ler Próxima

Correr faz bem, muito bem! Pense nisso com muito carinho!