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Na prevenção ao suicídio, perceber o outro colabora para identificar possíveis sinais de alerta

Professora da Faculdade Santa Marcelina alerta para altos índices no Brasil e destaca a importância do debate sobre este fenômeno ao longo dos demais 11 meses do ano

São Paulo, 25 de setembro de 2019 – Estamos encerrando a última metade de setembro, o mês do calendário representado pela cor amarela em prol da campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio. Trinta dias para dialogarmos ainda mais e, principalmente, desmistificar as especulações que rondam este problema, que muitas vezes atua de maneira silenciosa e, ao mesmo tempo, com números alarmantes, considerando que a cada 40 segundos uma pessoa morre no mundo, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde.

Em acompanhamento à expansão necessária do debate com foco na prevenção ao suicídio, a professora do curso de Enfermagem da Faculdade Santa Marcelina, Grasiella Bueno Mancilha, reforça a atenção em relação aos demais meses do ano, quando o tema não está tão em evidência.

“Não devemos deixar apenas para conversar sobre essa e outras questões do adoecimento mental em um único mês do ano. O ‘Setembro Amarelo’ é muito importante para a visibilidade do tema, mas também se torna essencial, inclusive para transformar o olhar da sociedade, a busca, durante todo o ano, por novas formas de compreensão e ajuda às pessoas que tentam contra a própria vida e que consideram não suportar mais a dor”, explica Grasiella.

Com base no material divulgado este ano pelo Ministério da Saúde, o Brasil está entre os países que fazem parte do Plano de Ação em Saúde Mental 2015-2020, lançado pela Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), que visa acompanhar os índices anuais de mortes, que atualmente tem uma média de 11 mil pessoas por ano no País, e o desenvolvimento de programas de prevenção.

“Segundo a Cartilha contra o Suicídio, o País trabalha com uma meta de reduzir em 10% a mortalidade por suicídio até 2020. De forma geral, para alcançarmos esse índice, demandamos de um planejamento de um conjunto de ações. Inclusive, pensando na criação de espaços de debate sobre o tema e construindo ambientes de acolhimento e atenção às pessoas que adoecem mentalmente”, cita a professora.

Grasiella enfatiza que familiares e amigos devem atentar-se para os 4 Ds: depressão, desamparo, desespero e desesperança. “Os comportamentos relacionados à tendência suicida são variados. O fundamental é perceber o outro, o que ele diz e demonstra. Todas as pessoas que tentam suicídio avisaram sobre o problema, direta ou indiretamente. Uma dica importante consiste na observação cuidadosa e escuta qualificada. E, principalmente, acolher a pessoa sem julgamento. Caso precise de ajuda especializada, no Brasil, há o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece atendimento gratuito pelo Disque 188”.

 

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