•  quarta-feira, 24 de abril de 2024

Hipnoterapia é eficaz para tratar consumidores compulsivos

Segundo a hipnoterapeuta, Juliana Casagrande, através da hipnose é possível acessar a ocasião em que o paciente relacionou o consumo de produtos com o fim da ansiedade ou alívio da dor pela primeira vez

No próximo dia 29 de novembro, será celebrado mundialmente a “Black Friday”, ocasião em que lojas costumam dar grandes descontos em seus produtos, aquecendo assim o consumo próximo ao Natal. Ao contrário do que possa parecer – afinal conseguir aquele item desejado pela metade do preço pode ser sentido como uma verdadeira benção – essa data tende a transformar-se em um grande incômodo para alguns indivíduos, aqueles que sofrem de transtorno compulsivo por compras.

Juliana Casagrande, hipnoterapeuta, com formação em Decodificação Mente e Corpo (DMC) – terapia de ressignificação do subconsciente, explica que estudos atrelam o desevolvimento da compulsão, incluída aí a compulsão por compras, ao excesso de cuidados recebidos pelos indivíduos por parte dos pais na época infantil. Conforme Juliana, crianças birrentas, cujas demandas costumam ser acolhidas rapidamente, tendem a se tornar adultos ansiosos. “Querem tudo na hora, com rapidez, da mesma forma que aprenderam na infância”, afirma.

Junte-se a isso o fato de que, consoante os preceitos da hipnoterapia e DMC, quem tende a dar as cartas nas ações do ser humano é a mente subconsciente e não a mente consciente. Ou seja, por mais que, diante de uma oportunidade de compra, o indivíduo saiba que não é razoável ceder a este capricho, ele se deixa levar pelas emoções e faz aquilo que não tencionava.

Para entender melhor como funciona a mente humana nesses momentos de compulsão, Juliana explica que a parte analítica e racional da mente consciente é responsável por apenas 5% das atitudes tomadas pelos seres humanos no seu dia a dia. “O ser humano é propenso a acreditar que está no controle de sua vida, mas isso não é verdade, porque quem controla a mente é a parte subconsciente, que é responsável por 95% das nossas atitudes”, atesta.

De acordo com a hipnoterapeuta, uma das funções da mente subconsciente são as emoções e é ela que está no comando, por exemplo, quando se fica irritado, chateado, quando se é rude com uma pessoa que não merecia. “E assim que a emoção passa, costuma vir o arrependimento. A mente raciocina, analisa a situação e fala: ‘Nossa, acho que eu exagerei. Não deveria ter feito isso’ “, relata

É nesse desencontro entre a mente consciente e a mente subconsciente que ansiedade extrema e a compulsão por compras se instalam, conforme Juliana.

A compulsão por compras pode ser também, segundo a hipnoterapeuta, um sintoma de um trauma mais profundo, uma forma encontrada pela mente subconsciente de vedar aquela dor, de impedir que a lembrança ruim venha à tona. “Comprar compulsivamente funciona, dessa maneira, como um mecanismo de compensação, uma forma de transformar dor em prazer”, esclarece.

Obviamente que a saída encontrada pelo subconsciente não é satisfatória e ocasiona também sofrimento. A pessoa não quer comprar, mas compra mesmo assim. Conforme Juliana, a hipnoterapia costuma ajudar nessa situação, porque através de técnicas específicas o hipnoterapeuta acessa, nas memórias do paciente, a primeira vez em que ele relacionou o consumo de produtos com o fim da ansiedade ou alívio da dor. “Feito isso, o terapeura, por meio de sugestões, ressignifica aquele evento, fazendo com que a ansiedade absurda atrelada às compras diminua ou até mesmo cesse, como na maioria dos casos”, afirma.

Dicas práticas

Concomitantemente à hipnoterapia, Juliana recomenda que pessoas com transtorno compulsivo de compras tomem algumas precauções a fim de não sucumbirem às tentação da próxima “Black Friday”.

A primeira dica da hipnoterapeuta é: não tenha cartão de crédito. “Para quem tem compulsão por compras, necessidade de ter sempre uma sacolinha na mão, ir a um lugar e sair com um objeto novo, o pior vilão é o cartão de crédito”, destaca. Isto porque, conforme Juliana, prorroga-se o pagamento, fazendo com que a pessoa perca a sensação de que está despendendo dinheiro.

A segunda dica é: vá aos estabelecimentos acompanhado de alguém em quem possa confiar, uma pessoa que irá escutá-lo e entendê-lo e à qual possa perguntar se aquilo que deseja comprar é realmente necessário. “Muitas vezes consumidores compulsivos vão às compras sozinhos e escondem o que adquiriram para evitar que familiares os repreendam por causa disso”, argumenta Juliana. Mas se a intenção é não ceder ao anseio de comprar, sair bem acompanhado de casa pode ser a solução.

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