•  quarta-feira, 24 de abril de 2024

26% dos moradores da cidade de SP já tiveram contato com o coronavírus, aponta pesquisa

26,2% dos moradores da cidade de São Paulo já tiveram contato com o coronavírus. O percentual equivale a cerca de 2,2 milhões de pessoas com mais de 18 anos que vivem na capital paulista. Desses, 700 mil teriam adquirido anticorpos no período de agosto a outubro.

Os dados fazem parte da quarta etapa de um estudo realizado pelo Grupo Fleury, Instituto Semeia, IBOPE Inteligência e Todos pela Saúde.

Dados da pesquisa:

 

Prevalência por renda

  • 21,6% nos distritos mais ricos
  • 30,4% nos mais pobres

 

Prevalência por escolaridade

  • 35,8% de infectados têm só o ensino fundamental.
  • 16% têm ensino superior

 

A pesquisa analisou 1.129 amostras de sangue de adultos moradores da capital paulista espalhados por 152 distritos censitários entre os dias 1 e 10 de outubro de 2020.

Para análise dos resultados, o estudo considerou três estratos socioeconômicos (maior renda, renda intermediária e menor renda).

A pesquisa também apontou que a soroprevalência, frequência de indivíduos com anticorpos contra o novo coronavírus, no município de São Paulo foi de 21.6% nos distritos mais ricos e de 30,4% nos mais pobres.

A pesquisa ainda identificou que o contato com o coronavírus era inversamente proporcional ao nível educacional, sendo que pessoas com ensino fundamental (35,8%) tiveram 2,2 vezes mais contato com o coronavírus do que aqueles com ensino superior (16%). O estudo também concluiu que a frequência de pessoas com anticorpos contra o coronavírus é maior entre pretos e pardos (31,6%) do que em brancos (20,9%).

Terceira Fase

 

Os resultados obtidos nesta segunda-feira (10) fazem parte da quarta fase do estudo que busca mapear a Covid-19 na cidade de São Paulo, o projeto contará com seis etapas e em cada uma delas serão colhidas amostras de cerca de 1.160 pessoas espalhadas pela capital paulista.

Na terceira etapa os pesquisadores incluíram um novo tipo de teste para verificar a presença de anticorpos para a SARS-CoV-2 nas amostras.

A inclusão de um novo tipo de teste ajudou a detectar com mais precisão a presença de anticorpos nas amostras coletadas. Agora, além do exame de quimioluminescência para detecção de IgG e IgM separadamente, foi acrescentado o teste de eletroquimioluminescência para identificação de anticorpos totais.

Na fase 2 da pesquisa, apresentada no início de julho, foiconstatado que pelo menos 11,4% da população haviam tido contato com o vírus, utilizando apenas o mesmo tipo de teste, o resultado do estudo apresentado nesta segunda (10) foi de 11,5%. Com a inclusão do novo teste sorológico na análise das amostras, o percentual de pessoas com mais de 18 anos que já tiveram contato com o SARS-CoV-2 na capital paulista subiu para 17,9%, número equivalente a 1,5 milhão de pessoas. Já a diferença entre as fases 3 e 4 foi de 8,3 pontos percentuais, pois a prevalência passou de 17,9% para 26,2%.

A escolha dos participantes da pesquisa foi feita por meio de sorteio. Segundo o diretor clínico do Fleury e um dos coordenadores da pesquisa, Celso Granato, o motivo é para assegurar que a pesquisa apresente um resultado mais próximo da realidade.

“O IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] divide a cidade em distritos censitários e aí a gente faz um sorteio, escolhe uma parte desses distritos censitários, aí dentro de cada distrito censitário a gente faz um sorteio para pegar qual é a casa que a gente vai e depois dentro de cada casa a gente sorteia qual é a pessoa que vai ser convidada a participar. Isso porque a gente quer ter uma mostra que seja totalmente aleatória, totalmente ao acaso e a gente acredita que dessa forma você tem uma representatividade mais próxima da realidade”, disse Granato em entrevista ao G1 em junho.

Segunda Fase

 

No início de julho, os pesquisadores divulgaram a primeira etapa do projeto que mostrou que o percentual de pessoas que se infectaram com o coronavírus chega a ser 2,5 vezes maior em bairros pobres da cidade de São Paulo em comparação aos mais ricos.

De acordo com a pesquisa, o percentual de pessoas que tiveram contato com o SARS-CoV-2 nos distritos mais ricos era de 6,5%, enquanto que nos mais pobres a taxa era de 16%. Ao todo, foram recolhidas 1.183 amostras de pessoas com mais de 18 anos em todos os 96 distritos de São Paulo entre os dias 15 e 24 de junho.

Ainda, segundo o estudo, o percentual de indivíduos que tiveram contatos com o SARS-CoV-2 na cidade de São Paulo era de 11,4%. O levantamento também apontou que a soroprevalência era 2,5 vezes maior em pessoas adultas pretas do que brancas (19,7% contra 7,9%). Habitações com 5 ou mais pessoas apresentavam soroprevalência quase duas vezes maior quando comparadas com residências com apenas um ou dois moradores (15,8% contra 8,1%).

Projeto piloto

 

Em maio, especialistas da USP, Grupo Fleury, Instituto Semeia e IBOPE Inteligência realizaram um projeto piloto que testou 520 moradores de seis bairros da capital paulista, considerados com maior número de casos e de mortes por 100 mil habitantes e concluiu que que o número de pessoas infectadas na cidade de São Paulo poderia ser até 12 vezes maior que o divulgado oficialmente. O percentual de pessoas que tinham tido contato com o coronavírus foi de 5,19%.

O diretor clínico do Fleury e um dos coordenadores da pesquisa, Celso Granato, diz que o projeto piloto realizado em maio auxiliou na estruturação da pesquisa que está sendo realizada, a qual terá uma duração mais longa e alcançará um número maior de pessoas.

“A gente percebeu, por exemplo, que as pessoas têm medo. São Paulo é uma cidade perigosa, então, você bate na porta de alguém falando ‘olha, eu vim aqui colher seu sangue para fazer uma pesquisa’, é uma coisa que assusta um pouco as pessoas, ainda mais em uma época de pandemia, então, a gente reconsiderou, aprendeu e agora estamos começando essa nova fase”, conta Celso em entrevista ao G1.

Testes sorológicos

 

Os testes utilizados pelos pesquisadores são do tipo sorológico, ou seja, eles detectam a presença de anticorpos do tipo IgM (imunoglobina M) e IgG (Imunoglobina G), que combatem a Covid-19 no organismo. De acordo com especialistas, o exame detecta a presença do IgM no sangue do paciente, no mínimo, a partir do 7º dia do início das manifestações clínicas e do IgG a partir do 10º dia.

G1

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