•  quinta-feira, 25 de abril de 2024

Estética e o estresse do distanciamento social na quarentena

Novo estilo de vida imposto pela pandemia requer cuidados redobrados com a pele e cabelos

Nos últimos cinco meses, o Brasil vem lutando contra a pandemia do novo coronavírus. A doença, ainda pouco conhecida, vem chamando a atenção por causar sequelas e reações severas nos pacientes. E não apenas com relação ao sistema respiratório. De acordo com a dermatologista Graziela Alencar, do Centro de Estética HOB, no Hospital Oftalmológico de Brasília, uma empresa do grupo Opty, já foi detectado que alguns pacientes com graves formas de COVID-19 podem apresentar, por exemplo, lesões na pele.
Também foi observado que o “novo normal” – onde se faz necessário evitar aglomerações, higienizar bem as mãos e superfícies e manter distanciamento social – provoca um aumento do estresse, refletindo diretamente na saúde e equilíbrio da pele, cabelos e unhas. Segundo a especialista, nos últimos meses aumentou o número de pacientes que procuram o consultório queixando-se do aumento na queda de cabelo. “Existe um tipo de queda de cabelo chamado eflúvio telógeno, que está associado a alterações hormonais, deficiências vitamínicas e principalmente ao estresse. E transtornos de ansiedade também estão associados a alterações da pele, como os pruridos sem causa aparente”, explica. Ela observa também que, ao contrário do que muitos pensam, lavar os cabelos todos os dias não provoca o problema. “Especialmente nesse momento, o ideal é sempre lavar os cabelos após chegar da rua, principalmente quando frequentar espaços com grande circulação de pessoas. Caso não seja possível a lavagem do cabelo, uma boa dica é sempre sair com os cabelos presos, pois isso diminui o risco de contaminação”, afirma.
Item de proteção obrigatório- cuja falta pode incorrer em multa – as máscaras têm aumentado o número de dermatites de contato e acne. Tanto que o problema ganhou até um nome próprio: maskne. O termo foi criado para denominar o aparecimento de acne associado ao uso das máscaras, que provocam atrito e criam um ambiente úmido, propício à proliferação de microrganismos. “Para evitar o surgimento dessas lesões é necessário lavar o rosto com sabonete específico para o tipo de pele; hidratar a face; utilizar máscaras de tecido 100% algodão e trocá-las a cada duas horas, evitando que elas fiquem úmidas”, alerta a Dra. Graziela.
E mesmo em home office, o protetor solar não pode ser neglicenciado, já que o uso contínuo dos eletrônicos pode favorecer o aparecimento ou o agravamento dos melasmas – aquelas manchas escuras que costumam aparecer na testa, bochecha, queixo e nariz – causado pela produção aumentada de melanina pelos melanócitos. O melasma é uma doença genética, que possui fatores de exacerbação como a exposição solar, alterações hormonais e a luz visível, como a emitida pelos computadores, celulares e lâmpadas. “O tratamento consiste no uso de medicamentos, lasers e proteção solar. No caso do melasma, deve-se dar preferência aos filtros com cor, que apresentam proteção contra a luz visível”, diz a Dra. Graziela. O uso constante de tablets e smartphones também pode levar ao surgimento de rugas no pescoço, uma condição chamada de tech neck. “Quando movimentamos a cabeça para checar a tela do smartphone, por exemplo, ocorrem movimentos musculares no pescoço que, com a constância, podem criar pequenas linhas que, com o passar do tempo, vão se acentuando, adquirindo o status de rugas e sulcos. Por isso é importante manter a cabeça e a postura alinhadas e procurar levar o celular a altura dos olhos”, ressalta. A médica ensina que os cuidados com a face devem ser estendidos às áreas do pescoço e colo, usando hidratantes ou fórmulas tensoras à base de ácido hialurônico, vitamina C, ácido glicólico e PRO XYLANE, além dos tratamentos com toxina botulínica e bioestimuladores de colágeno.
A dermatologista chama atenção também para os cuidados com a pele das mãos, que possui menos glândulas sebáceas e é mais fina. O uso frequente de lavagem e álcool gel altera a barreira de proteção cutânea, favorecendo o ressecamento e eczemas. Para evitar que isso aconteça é importante hidratar a pele sempre que possível, principalmente as mãos. Produtos com ativos como ácido hialurônico, niacinamida e ceramidas são os mais indicados. “Também deve-se dar preferência ao uso de sabonetes neutros e glicerinados, que irritam menos a pele. Para os pacientes com dermatites, o ideal é procurar logo o dermatologista para o tratamento adequado”, recomenda. Outro cuidado é evitar tirar as cutículas das unhas, pois elas funcionam como uma barreira para a entrada de microrganismos que causam infecções, inclusive o coronavírus. “Existem produtos que hidratam, melhorando a aparência das cutículas, eliminando a necessidade de cortá-las”, orienta a Dra. Graziela Alencar.

Por Luisa Sanches

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