•  quarta-feira, 24 de abril de 2024

Finanças comportamentais e as decisões de investimento

No cenário atual, com os juros no menor patamar histórico, assessores da One Investimentos explicam que o lado psicológico ganha destaque na escolha das aplicações.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu, pela terceira vez consecutiva, a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira. Com o anúncio de ontem (30/10), os juros atingem o patamar de 5% ao ano, nova mínima histórica. Esse cenário, aliado à democratização dos investimentos e amadurecimento do conhecimento dos investidores sobre mercado, produtos e soluções existentes, deixa em evidência o assunto finanças comportamentais. Isso significa que o lado psicológico ganha destaque no momento da tomada de decisões relacionadas ao dinheiro, especialmente a fim de minimizar erros e ampliar as possibilidades de alcançar bons resultados.

Os principais estudiosos do tema são os israelenses Daniel Kahneman e Amos Tversky, dupla ganhadora do Prêmio Nobel de Economia em 2002. Eles revelaram que os julgamentos e escolhas dos indivíduos estão sujeitos a variações emocionais e padrões comportamentais que fogem à racionalidade, por mais conhecimentos e informações que eles tenham. Sendo assim, os investidores sofrem de, basicamente, dois problemas centrais, que acabam os levando a adotar estratégias falhas no momento de investir: limites cognitivos e vieses emocionais.

De acordo com um dos sócios da One Investimentos, Leandro Fornasari Guerra, no primeiro ponto, enquadram-se alguns aspectos, tais como apego a convicções deficientes, conservadorismo, desconforto em situações em que novos dados não se encaixam em um padrão anterior, dificuldade em lidar com probabilidades. Os vieses emocionais, por sua vez, são causados por impulsos, sentimentos e emoções, fatores sociais, intuição. Entre as armadilhas, estão excesso de confiança, otimismo ou pessimismo exagerado e, principalmente, aversão a perdas.

Neste caso, as pesquisas comprovaram que as pessoas sentem muito mais “dor” com uma perda que prazer com um ganho equivalente. Em números, significa dizer que comprar uma ação por R$ 100 e vender por R$ 95 causa mais sofrimento que a felicidade de adquirir o bem pelos mesmos R$ 100 e vendê-lo por R$ 105. “Essa afirmação contribui para a compreensão de muitas atitudes do investidor no mercado financeiro, no momento de avaliar os benefícios e os riscos envolvidos em uma decisão de investimento. Hoje, porém, com os juros da economia tão baixos, riscos maiores passam a estar envolvidos na composição da carteira dos investidores, sempre respeitando o limite de cada perfil”, argumenta Guerra.

Ele lembra que o funcionamento dos produtos e soluções é diferente do comportamento, em um passado recente, daquele famoso 1% ao mês na renda fixa. “Por isso, é importante se conhecer melhor como investidor e fazer com que as armadilhas cognitivas e emocionais tenham o menor impacto possível na tomada de decisões. Aos assessores de investimentos, cabe o papel de auxiliar o cliente a lidar com tais aspectos e manter o foco no planejamento”, conclui.

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