•  quarta-feira, 24 de abril de 2024

Deixe a sua marca

Descobri há pouco tempo que GAP é uma marca cara e bastante cobiçada pelas pessoas. Não faz muito tempo também que me contaram que Abercrombie é uma marca famosa de roupas e só me explicaram isso porque ouvi a palavra sendo citada na série de Arrow, vulgo Arqueiro Verde.

Falando assim, talvez alguém sinta pena por eu não ser um conhecedor do mundo da moda e das marcas famosas, mas se isso não me preocupava na adolescência, quando uma menina que colecionava etiquetas pediu para cortar a da minha camisa e descobriu que ela não possuía (só a marca de M de tamanho), já que provavelmente minha mãe a tinha comprado na feira ou no Carrefour, por que eu me preocuparia agora?

Sim, na época foi um pouco vergonhoso ser identificado como o menino que usava camisetas sem marca, mas com o tempo fui aprendendo que isso não importa realmente, embora, às vezes, seja importante ser “assim, uma Brastemp”; e em outras, tanto faz que te falte uma etiqueta.

Por exemplo, a Coca-Cola gasta milhões e milhões em propaganda para que você nunca esqueça que a fórmula secreta do refrigerante é exclusiva em derreter seus ossos, além de desentupir encanamentos, entre outras coisas.

Ou ainda, como ignorar o caso da Havaianas, que nos anos 80 vendia um chinelo sem graça e baratinho, daqueles que eu tinha vergonha em usar quando ele rompia a parte da baixo da tira e minha mãe colocava um prego embaixo para segurar até comprar outra (pelo menos era divertido correr no asfalto soltando fogo pelos pés); e nos anos 2000, se não me engano, graças a um reposicionamento de marca, passou a ser um produto quase cult, usado por celebridades, pessoas famosas, custando caro e sendo reverenciado pelos gringos. Eu continuo não entendendo, mas, ei, eu usava camisetas sem etiqueta, eu não conto.

Há casos também em que a marca transcende o simples produto no mercado e gera discussões, cria fãs, levanta polêmicas. Experimenta falar mal de iPhone para um “Applemaníaco” para ver. Se bem que, em época que pessoas defendem políticos como se fossem deuses e passam pano para qualquer irregularidade que ele cometa, defender uma marca parece até razoável.

Também há marcas que conseguiram se tornar mais famosas que o próprio produto que vendem, como o Bombril, que tem mil e uma utilidades, serve para melhorar a imagem da TV quando colocada na antena (servia, antes da TV digital, pelo menos), e muita gente nem sabe que se chama esponja de aço.

Tem a gilete (ou Gillete), que é lâmina de barbear; o Danone, que na verdade é iogurte; o Toddy ou Nescau, que são achocolatados; o Leite Ninho, que é só leite em pó (que você mistura com leite e… não, pera); o Band-Aid, que é um curativo adesivo; o Leite Moça, que é leite condensado; o Miojo, que é macarrão instantâneo (e a solução da vida de quem não sabe cozinhar, mesmo que faça ela durar menos…); o Cotonete, que são hastes flexíveis para “deslimpar” o ouvido; o Xérox, que é fotocópia; a Cândida, que eu descobri ser água sanitária faz uns seis meses só; o Durex, na verdade, fita adesiva; a Maisena, que é amido de milho; o Sucrilhos, que é delicioso em sua tonelada de açúcar e ninguém chama de cereal; o Catupiry, que é requeijão cremoso.

Enfim, a lista segue e vai embora. Mas, como produtos de mercados, marcas são marcas, às vezes trocamos a mais famosa pela mais barata, noutras percebemos que a mais em conta compensa o custo benefício, quando não é ainda melhor que a famosa em todas as comparações.

É o tal do “não se deixe enganar pelas aparências”, um ditado velho e clichê, mas que, quando aplicado no dia a dia, pode, inclusive, te levar a conhecer pessoas e vivenciar experiências que, sem dúvida, deixarão uma marca inesquecível em sua vida.

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