•  sexta-feira, 29 de março de 2024

BBBeijo, porrada e bomba

 

Eu já falei uma vez que sou alguém que já não gostava de Big Brother Brasil muito antes de ser modinha.  Na verdade, virou moda há algumas edições e depois da última, com “quase famosos” participando, o programa ganhou um up e voltou a se popularizar, chegando nesta atual edição carregado de polêmicas e decepções.

Como acabei de dizer, não assisto, mas a não ser que você viva em uma caverna, não veja televisão ou acesse a internet apenas para ver um serviço de streaming (que não seja o Globoplay) ou navegar por sites localizados no baixo meretrício, é impossível não saber – pelo menos por cima – o que tá rolando no programa. É sério, nem um futebol maroto ou um basquete animado nos canais de esporte (da Globo) escapam de um comentário ou propaganda disfarçada.

No Twitter então, rede que eu costumo frequentar com certa regularidade, é como entrar em uma festa em que o anfitrião acabou de virar um balde de sangue em algum convidado (alô Carrie, A Estranha), e todos estão comentando. A maioria “batendo” em alguém, criticando comportamentos babacas ou, em última instância, defendendo algum coitado.

E eu não sei classificar quem é coitado ou quem é vilão, só sei que tem muito fã decepcionado com a postura de seus ídolos. É como diz aquele ditado, “não conheça seus ídolos”. O risco de descobrir que são gente de carne e osso, cheios de defeitos – devidamente filtrados e maquiados pelas divulgações e redes sociais – é grande demais e muita gente não tá sabendo lidar.

Eu, como não sou fã de ninguém famoso (admiro o trabalho de algumas pessoas, mas não passa muito disso), tô nem aí. Mas a situação remete também a um comentário que vi alguém fazendo em alguma rede social (são tantas hoje que nem sabemos mais qual é qual e temo por quando elas substituírem a vida real – se é que já não aconteceu). A observação foi sobre a série The Boys, que tem duas temporadas no Amazon Prime, com uma terceira já confirmada.

Baseada em uma série em quadrinhos (que li quase toda), a história mostra um mundo onde os super-heróis são celebridades e a maioria age como aquele famoso babaca que temos tanto por aí. Criaturas com superpoderes, privilégios incontáveis e paparicados pelo mundo, eles simplesmente não enxergam o povo de verdade e veem as outras pessoas apenas como adoradores dispostos a mantê-los em seus pedestais. Boa parte deles traz consigo um comportamento psicopata, assim como não se furtam em mentir, enganar, ludibriar, abusar e até matar para se manter.

Com um certo exagero, não é difícil ver como muitas pessoas se portam como um super de The Boys – e não são apenas famosos que se enquadram, claro. Vemos esse tipo de comportamento em pessoas com dinheiro, com poder, com cargos importantes; às vezes, até um simples crachá de uma empresa faz um cidadão achar que vale pisar ou sentir-se superior aos outros.

No fim, a verdade é que, assim como em The Boys, embora sempre possamos buscar ser melhores, não temos seres superiores entre nós, muito menos super-heróis. No entanto, como bem tem provado o comportamento de tantos, não é difícil se tornar um “super-vilão”.

Por Luciano Rodrigues

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